A Sociedade Portuguesa de Cefaleias realizou a sua reunião anual contando, como habitual, com os profissionais de saúde mais destacados na área das cefaleias para discutir as últimas novidades em pesquisa, diagnóstico e tratamento.

Este ano, a conferência Pereira Monteiro foi apresentada pela Profa. Dra. Sónia Batista, que abordou o tema “Inflamação e cefaleias primárias”, explorando o papel da inflamação na fisiopatologia da enxaqueca e de outras cefaleias primárias. A Profa. Dra. Sónia Batista é especialista em doenças inflamatórias do sistema nervoso e em cefaleias, pelo que se concretizou uma conferência inovadora e inesquecível.

No segundo dia, o evento ancora foi um debate de estilo parlamentar sobre “O futuro (ou o presente?) do tratamento da enxaqueca é a medicina personalizada”. Este é um tópico de grande relevância, pois a abordagem personalizada tem ganho cada vez mais importância na medicina, e o tratamento da enxaqueca não é exceção. O debate contou com duas equipes de profissionais de saúde altamente qualificados incluindo, na equipa a favor, a Profa. Dra.  Natália Marto e o Dr. Gonçalo Duarte, do Hospital da Luz Lisboa, e na equipa contra a Dra. Elsa Parreira e Dra. Sara Machado, do Hospital Fernando Fonseca, em Amadora. Foi uma sessão dinâmica e participada, abordando temas pragmáticos na melhoria da qualidade do cuidado aos doentes. 

Como habitual, contámos com a apresentação de casos clínicos desafiantes, para discussão e reflexão conjunta,  assim como com a apresentação da atividade científica e de investigação em curso no nosso país. Esta reunião é o momento primordial das  atividades da SPC, pois promove a partilha de conhecimentos e experiências entre profissionais de saúde envolvidos no diagnóstico e tratamento das cefaleias em Portugal. Este ano tivemos uma participação recorde, com 17 comunicações orais e 15 casos clínicos, apresentados em 4 sessões temáticas: disfunção neurológica na enxaqueca, cefaleia secundárias, cefaleias trigemino-autonómicas e terapêuticas avançadas.

Não podemos deixar de salientar as sessões apoiadas pelos nossos parceiros, que incluíram a partilha da experiência clinica de vida real com o fremanezumab, em Portugal, contando com as exposições das Dras. Andreia Costa (CHUSJ, Porto) e Dra. Ivânia Alves (CHTS, Penafiel) e a moderação da Prof. Isabel Pavão Martins (CHULN, Lisboa).  Já a experiência de vida real de utilização do rimegepant foi apresentada pelo Dr. Dr. Roni Sharon (Sheba Medical Center e Tel Aviv University, Israel). Por fim, ocorreu a sessão de lançamento do eptinezumab, na qual o Prof. João Gonçaves falou da farmacologia e a Prof. Raquel Gil-Gouveia da evidência científica deste monoclonal endovenoso; por fim o Prof. Stewart J. Tepper (Geisel School of Medicine, Dartmouth, US) partilhou a sua experiência clinica com a utilização deste fármaco.